Por Denise L. Marques
Desde que o bullying ganhou espaço na mídia, somos bombardeados com matérias que mais confundem a população, apresentando opiniões ou julgamentos distorcidos sobre o assunto, do que esclarecem sobre ele. Há um grande equívoco, que ao invés de ser sanado pelos meios de comunicação, é ainda mais fortalecido, uma vez que não existe uma preocupação real de apresentar pareceres fundamentados e abalizados por especialistas que possam, com sua contribuição, elucidar questões sobre o bullying e suas consequências.
A mídia tem banalizado a questão e tudo nas escolas se apresenta como bullying, desde uma briga única com um amigo, que ocorra fora da escola ou em suas imediações, até uma bolinha que acerte, em cheio, a cabeça de um colega. Há pais que chegam dizendo que seu filho foi bolinado pelo colega, desconhecendo, completamente o sentido do verbo bolinar, e a diferença de significado deste em relação ao termo inglês, de pronúncia parecida. Alguns deles chegam a questionar se a ocorrência registrada na escola serve para que eles pleiteiem a “multa” que a lei prevê, do pai do aluno autor.
Ora, parece-nos que à mídia caberia o esclarecimento da sociedade quanto a um assunto tão complexo que merece, a nosso ver, ser tratado com a mesma seriedade destinada aos jogos de futebol, onde cada um dos times é ouvido, cada um dos técnicos é entrevistado, sem falar nas inúmeras entrevistas com os jogadores. Ou, ainda, com a mesma exatidão com que se reportam a divulgação dos índices inflacionários, dos índices da bolsa de valores, enfim, com o mesmo respeito que destinam aos grandes empresários, banqueiros, grandes produtores rurais que, se e quando citados, tem o direito de ser ouvidos. Até hoje, pouco li em nossos periódicos matérias elucidativas sobre a questão.
Faz-se necessário encarar com maior idoneidade assuntos de interesse da população. Faz-se necessário apurar fatos e veracidade de informações e declarações de muitas ONGs e pessoas que estão aproveitando a “moda bullying” para se promover, ou em benefício próprio. As famílias precisam se preparar melhor para ajudar seus filhos a enfrentar problemas, que algumas vezes são abordados, com certa maldade, pelos adolescentes.
Qual de nós na adolescência não sofreu brincadeiras a respeito da obesidade ou excesso de magreza? Pelo nariz protuberante ou a gagueira? Pela fala estridente ou dentição irregular? E a adolescência é a fase em que nos encontramos nas escolas. O mundo adulto está cheio destas brincadeiras. A sociedade pratica bullying em todos os seus segmentos. Então porque a culpabilização das Escolas? Família, Sociedade e Escola precisam trabalhar juntas para a superação deste problema. O importante é que ajudemos nossos adolescentes a lidar com a situação, não que os fragilizemos e os coloquemos em uma redoma. Nem a super proteção, nem a punição são respostas ideais, e o mais importante é reconhecermos que esta é uma responsabilidade social. E o papel da mídia, neste quadro, é informar, nunca desinformar. Abandonar o sensacionalismo, que vende jornais e aumenta os índices de audiência, e assumir sua responsabilidade na formação de opinião. Acredito que há que se educar as crianças para que se tornem pessoas idôneas, críticas e atuantes. Há que se educar os pais para que criem pessoas responsáveis, imparciais e comprometidas com a verdade e com a sociedade... Há que se ler muita besteira, antes que a mídia se perceba como formadora de opiniões.
Denise L. Marques é secretária de Imprensa do SINPRO ABC
Por Denise L. Marques

Desde que o bullying ganhou espaço na mídia, somos bombardeados com matérias que mais confundem a população, apresentando opiniões ou julgamentos distorcidos sobre o assunto, do que esclarecem sobre ele. Há um grande equívoco, que ao invés de ser sanado pelos meios de comunicação, é ainda mais fortalecido, uma vez que não existe uma preocupação real de apresentar pareceres fundamentados e abalizados por especialistas que possam, com sua contribuição, elucidar questões sobre o bullying e suas consequências.

A mídia tem banalizado a questão e tudo nas escolas se apresenta como bullying, desde uma briga única com um amigo, que ocorra fora da escola ou em suas imediações, até uma bolinha que acerte, em cheio, a cabeça de um colega. Há pais que chegam dizendo que seu filho foi bolinado pelo colega, desconhecendo, completamente o sentido do verbo bolinar, e a diferença de significado deste em relação ao termo inglês, de pronúncia parecida. Alguns deles chegam a questionar se a ocorrência registrada na escola serve para que eles pleiteiem a “multa” que a lei prevê, do pai do aluno autor.

Ora, parece-nos que à mídia caberia o esclarecimento da sociedade quanto a um assunto tão complexo que merece, a nosso ver, ser tratado com a mesma seriedade destinada aos jogos de futebol, onde cada um dos times é ouvido, cada um dos técnicos é entrevistado, sem falar nas inúmeras entrevistas com os jogadores. Ou, ainda, com a mesma exatidão com que se reportam a divulgação dos índices inflacionários, dos índices da bolsa de valores, enfim, com o mesmo respeito que destinam aos grandes empresários, banqueiros, grandes produtores rurais que, se e quando citados, tem o direito de ser ouvidos. Até hoje, pouco li em nossos periódicos matérias elucidativas sobre a questão.

Faz-se necessário encarar com maior idoneidade assuntos de interesse da população. Faz-se necessário apurar fatos e veracidade de informações e declarações de muitas ONGs e pessoas que estão aproveitando a “moda bullying” para se promover, ou em benefício próprio. As famílias precisam se preparar melhor para ajudar seus filhos a enfrentar problemas, que algumas vezes são abordados, com certa maldade, pelos adolescentes.

Qual de nós na adolescência não sofreu brincadeiras a respeito da obesidade ou excesso de magreza? Pelo nariz protuberante ou a gagueira? Pela fala estridente ou dentição irregular? E a adolescência é a fase em que nos encontramos nas escolas. O mundo adulto está cheio destas brincadeiras. A sociedade pratica bullying em todos os seus segmentos. Então porque a culpabilização das Escolas? Família, Sociedade e Escola precisam trabalhar juntas para a superação deste problema. O importante é que ajudemos nossos adolescentes a lidar com a situação, não que os fragilizemos e os coloquemos em uma redoma. Nem a super proteção, nem a punição são respostas ideais, e o mais importante é reconhecermos que esta é uma responsabilidade social. E o papel da mídia, neste quadro, é informar, nunca desinformar. Abandonar o sensacionalismo, que vende jornais e aumenta os índices de audiência, e assumir sua responsabilidade na formação de opinião. Acredito que há que se educar as crianças para que se tornem pessoas idôneas, críticas e atuantes. Há que se educar os pais para que criem pessoas responsáveis, imparciais e comprometidas com a verdade e com a sociedade... Há que se ler muita besteira, antes que a mídia se perceba como formadora de opiniões.

Denise L. Marques é secretária de Imprensa do SINPRO ABC

TV Câmara disponibiliza vídeos gratuitos para download
No portal da TV Câmara (www.camara.gov.br/internet/tvcamara), na seção "Baixe e Use", há disponíveis diversos vídeos, sobre variados assuntos, para download gratuito. Temas como política, saúde, economia e educação poderão ser usados em sala de aula. Acesse e confira!
No portal da TV Câmara (www.camara.gov.br/internet/tvcamara), na seção "Baixe e Use", há disponíveis diversos vídeos, sobre variados assuntos, para download gratuito. Temas como política, saúde, economia e educação poderão ser usados em sala de aula. Acesse e confira!

Candidato José Serra quer levar a qualidade de ensino do estado de São Paulo para o Brasil. Será que é um bom negócio? Veja algumas manchetes publicadas sobre a educação paulista
“Sem funcionários, escola de SP usa alunos na faxina”
Folha de São Paulo, 28/08/2010
"Educação no estado:
Cartilhas de ensino apresentam 25 erros.  Após reportagem, secretaria encontra uma informação errada em história e mais 24 em geografia"
Diário de São Paulo, 08/04/09
"SP distribui às escolas livro com palavrões. Com termos impróprios e conotação sexual, obra seria utilizada por estudantes da rede estadual na faixa de nove anos"
Folha de São Paulo, 19/05/09
"José Serra aumenta gastos com publicidade e reduz com Educação e Saúde"
TV Itapetininga, 28/10/09
"Assembleia de SP aprova projeto que deixa 80% dos professores sem reajuste. Iniciativa do governo de José Serra limita promoção e aumento salarial a, no máximo, 20% dos professores da rede pública estadual a cada ano"
Rede Brasil Atual, 21/10/09
"Apeoesp denuncia propaganda enganosa do Governo de São Paulo. Professores da rede pública estadual não querem apenas uma bonificação, querem seriedade, aumento salarial e valorização do trabalho docente”
Boletim O Professor,  maio/09
"Governador José Serra não escolhe o mais votado para a reitoria da USP"
Portal IG, 12/11/09
Candidato José Serra quer levar a qualidade de ensino do estado de São Paulo para o Brasil. Será que é um bom negócio? Veja algumas manchetes publicadas sobre a educação paulista

“Sem funcionários, escola de SP usa alunos na faxina”
Folha de São Paulo, 28/08/2010

"Educação no estado:
Cartilhas de ensino apresentam 25 erros.  Após reportagem, secretaria encontra uma informação errada em história e mais 24 em geografia"
Diário de São Paulo, 08/04/09

"SP distribui às escolas livro com palavrões. Com termos impróprios e conotação sexual, obra seria utilizada por estudantes da rede estadual na faixa de nove anos"
Folha de São Paulo, 19/05/09

"José Serra aumenta gastos com publicidade e reduz com Educação e Saúde"
TV Itapetininga, 28/10/09

"Assembleia de SP aprova projeto que deixa 80% dos professores sem reajuste. Iniciativa do governo de José Serra limita promoção e aumento salarial a, no máximo, 20% dos professores da rede pública estadual a cada ano"
Rede Brasil Atual, 21/10/09

"Apeoesp denuncia propaganda enganosa do Governo de São Paulo. Professores da rede pública estadual não querem apenas uma bonificação, querem seriedade, aumento salarial e valorização do trabalho docente”
Boletim O Professor,  maio/09

"Governador José Serra não escolhe o mais votado para a reitoria da USP"
Portal IG, 12/11/09

No dia 26/02 o governo do Estado de São Paulo divulgou o documento Valorização do Professor. Apesar do título, o citado texto destina-se a divulgar análise sobre os resultados do Saresp 2009, que o governo considerou positivos. Entretanto, especialistas consideraram os resultados “pífios” e “insuficientes”.

Analistas também destacaram mudança de metodologia, que permite aumentar o número de alunos com desempenho “suficiente”, o que dificulta um acompanhamento da real evolução da educação pública estadual. O mais grave é que, até o momento, ao contrário de anos anteriores, o governo não divulgou detalhes da metodologia utilizada, uma informação de alto interesse público.

Como já se tornou praxe, o governo destaca o que considera “resultados positivos” do Saresp como conseqüências da “política educacional” que vem sendo implementada e, os aspectos negativos, efeitos da má formação dos professores.

O fato, porém, é que não existe política educacional no estado de São Paulo; apenas medidas pontuais, tomadas ao sabor dos acontecimentos, ou dos resultados desta e daquela avaliação, sem um fio de continuidade. Ou melhor, o fio de continuidade é sempre a tentativa de culpar o professor pelos maus indicadores da educação.

O que o governo chama de “política educacional” está centrado no que poderíamos denominar de “obsessão avaliatória”. Dos quatro eixos apontados pelo governo como pilares de sua política educacional, três estão ancorados em avaliações, mas o primeiro deles (os padrões curriculares) tem também um forte vínculo com a avaliação dos professores, pois determina os conteúdos destas avaliações.

O governo auto-elogia os padrões curriculares que adota, mas eles são questionáveis. Que currículo é este? Com quem e onde foi debatido? Os professores foram consultados? Com base em que concepção de educação, de Estado, de cidadão, ele foi formulado? Acreditamos que o governo não tem respostas para estas questões.

O estudo Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Uma Análise Crítica, publicado pela APEOESP e demais entidades do magistério, com a colaboração de especialistas, mostra que a adoção de guias curriculares, nos moldes definidos pela Secretaria da Educação, engessa o processo educativo, desconhece as realidades específicas de cada comunidade e as necessidades reais dos alunos.

A forma como o Estado organiza o processo ensino-aprendizagem retira do professor prerrogativas fundamentais, praticamente reduzindo-o à função de um executor em sala de aula, que deve aplicar conteúdos formatados e impostos à sua revelia. Além disso, retira do conselho de escola a possibilidade de formular e implementar o projeto político-pedagógico da unidade escolar, função que lhe é própria e deveria ser incentivada.

Toda a sociedade paulista acompanhou, há um ano, a série de escândalos envolvendo os materiais didáticos e paradidáticos. Mapas da América do Sul contendo dois Paraguais e nenhum Equador; livros contendo linguagem inadequada para as crianças aos quais foram distribuídos; incitação à violência e outros problemas foram detectados. O Governo, após grande repercussão dos casos, recolheu os materiais, mas nada foi convincentemente esclarecido até hoje e não houve ressarcimento aos cofres públicos.

Qualidade x quantidade
Preocupa-nos verificar, em uma das entrevistas concedidas pelo secretário da Educação a afirmação de que ampliação do acesso provoca a queda na média das avaliações. Para nós, não há razão para existir esta dicotomia entre quantidade e qualidade. A ampliação do acesso tem que ser pensada juntamente com perspectivas de qualidade do ensino. Do contrário, o acesso se torna mera passagem, e não é isto que queremos na educação.

O que o governo denomina “valorização do professor” é, na realidade, um conjunto de medidas que fragmentam ainda mais a nossa categoria; quebram a nossa carreira; institucionalizam a competição entre os professores, não respeitam a isonomia salarial assegurada na Constituição Federal; mantêm o elevado número de professores temporários na rede estadual de ensino (hoje em torno de 48%); não asseguram a formação continuada no próprio local de trabalho e não resolvem um problema fundamental, que é a ausência de política salarial para todos os integrantes do quadro do magistério, da ativa e aposentados. Não há, portanto, valorização dos professores.

O secretário Paulo Renato Souza anunciou que a Escola de Formação criada pelo governo irá promover um curso para professores de matemática, área em que, no ensino médio, houve pior desempenho dos alunos. Trata-se de uma medida reativa, que não obedece a um plano de formação continuada dos professores, como há anos vimos reivindicando.
É preciso lembrar que a Escola de Formação foi criada pela lei complementar nº 1094/2009 para organizar o curso de quatro meses que, pela mesma lei, se tornou a terceira etapa dos concursos públicos. Mas ela não teria sentido apenas para esta tarefa. Inclusive, alertamos, e voltamos a alertar o governo quanto aos problemas operacionais. Como pretende ministrar um curso simultaneamente para 10 mil professores concursados e, depois, para os outros milhares que virão?
Qual é o projeto da Escola de Formação? Qual é a sua meta? Qual é a concepção educacional que a embasa? Sem política de formação, sem metas, sem concepção e sem atenção às questões operacionais a Escola de Formação adota o viés do marketing. Tudo nos leva a crer que se trata de uma instituição para alienar os professores de acordo com a linha ideológica do governo.
Infelizmente, apesar de tantos indicadores e dos resultados de sucessivas avaliações, o governo continua ignorando os resultados que apontam para a responsabilidade do Estado sobre os problemas da educação pública estadual e, portanto, não toma as medidas corretas para a sua superação. Falta uma política de conjunto, o Plano Estadual de Educação, que é de fato o planejamento da educação estadual, com objetivos e metas a serem cumpridos ao longo de um período, independente de quem estiver no poder.
Se o governo pretende resolver os graves problemas da rede estadual de ensino, que os resultados do Saresp continuam a evidenciar, deveria implementar um programa de formação continuada no local de trabalho, durante a própria jornada do professor, desenvolvido em conjunto com as universidades públicas. Desta forma, não apenas se alteraria a formação inicial dos docentes, mas estaríamos unindo teoria e prática pedagógicas e aproximando a escola real da escola ideal pela qual lutamos.
* Maria Izabel Azevedo Noronha é presidenta da APEOESP e membro do Conselho Nacional de Educação.
No dia 26/02 o governo do Estado de São Paulo divulgou o documento Valorização do Professor. Apesar do título, o citado texto destina-se a divulgar análise sobre os resultados do Saresp 2009, que o governo considerou positivos. Entretanto, especialistas consideraram os resultados “pífios” e “insuficientes”.
Analistas também destacaram mudança de metodologia, que permite aumentar o número de alunos com desempenho “suficiente”, o que dificulta um acompanhamento da real evolução da educação pública estadual. O mais grave é que, até o momento, ao contrário de anos anteriores, o governo não divulgou detalhes da metodologia utilizada, uma informação de alto interesse público.
Como já se tornou praxe, o governo destaca o que considera “resultados positivos” do Saresp como conseqüências da “política educacional” que vem sendo implementada e, os aspectos negativos, efeitos da má formação dos professores.
O fato, porém, é que não existe política educacional no estado de São Paulo; apenas medidas pontuais, tomadas ao sabor dos acontecimentos, ou dos resultados desta e daquela avaliação, sem um fio de continuidade. Ou melhor, o fio de continuidade é sempre a tentativa de culpar o professor pelos maus indicadores da educação.
O que o governo chama de “política educacional” está centrado no que poderíamos denominar de “obsessão avaliatória”. Dos quatro eixos apontados pelo governo como pilares de sua política educacional, três estão ancorados em avaliações, mas o primeiro deles (os padrões curriculares) tem também um forte vínculo com a avaliação dos professores, pois determina os conteúdos destas avaliações.
O governo auto-elogia os padrões curriculares que adota, mas eles são questionáveis. Que currículo é este? Com quem e onde foi debatido? Os professores foram consultados? Com base em que concepção de educação, de Estado, de cidadão, ele foi formulado? Acreditamos que o governo não tem respostas para estas questões.
O estudo Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Uma Análise Crítica, publicado pela APEOESP e demais entidades do magistério, com a colaboração de especialistas, mostra que a adoção de guias curriculares, nos moldes definidos pela Secretaria da Educação, engessa o processo educativo, desconhece as realidades específicas de cada comunidade e as necessidades reais dos alunos.
A forma como o Estado organiza o processo ensino-aprendizagem retira do professor prerrogativas fundamentais, praticamente reduzindo-o à função de um executor em sala de aula, que deve aplicar conteúdos formatados e impostos à sua revelia. Além disso, retira do conselho de escola a possibilidade de formular e implementar o projeto político-pedagógico da unidade escolar, função que lhe é própria e deveria ser incentivada.
Toda a sociedade paulista acompanhou, há um ano, a série de escândalos envolvendo os materiais didáticos e paradidáticos. Mapas da América do Sul contendo dois Paraguais e nenhum Equador; livros contendo linguagem inadequada para as crianças aos quais foram distribuídos; incitação à violência e outros problemas foram detectados. O Governo, após grande repercussão dos casos, recolheu os materiais, mas nada foi convincentemente esclarecido até hoje e não houve ressarcimento aos cofres públicos.
Qualidade x quantidade
Preocupa-nos verificar, em uma das entrevistas concedidas pelo secretário da Educação a afirmação de que ampliação do acesso provoca a queda na média das avaliações. Para nós, não há razão para existir esta dicotomia entre quantidade e qualidade. A ampliação do acesso tem que ser pensada juntamente com perspectivas de qualidade do ensino. Do contrário, o acesso se torna mera passagem, e não é isto que queremos na educação.
O que o governo denomina “valorização do professor” é, na realidade, um conjunto de medidas que fragmentam ainda mais a nossa categoria; quebram a nossa carreira; institucionalizam a competição entre os professores, não respeitam a isonomia salarial assegurada na Constituição Federal; mantêm o elevado número de professores temporários na rede estadual de ensino (hoje em torno de 48%); não asseguram a formação continuada no próprio local de trabalho e não resolvem um problema fundamental, que é a ausência de política salarial para todos os integrantes do quadro do magistério, da ativa e aposentados. Não há, portanto, valorização dos professores.
O secretário Paulo Renato Souza anunciou que a Escola de Formação criada pelo governo irá promover um curso para professores de matemática, área em que, no ensino médio, houve pior desempenho dos alunos. Trata-se de uma medida reativa, que não obedece a um plano de formação continuada dos professores, como há anos vimos reivindicando.
É preciso lembrar que a Escola de Formação foi criada pela lei complementar nº 1094/2009 para organizar o curso de quatro meses que, pela mesma lei, se tornou a terceira etapa dos concursos públicos. Mas ela não teria sentido apenas para esta tarefa. Inclusive, alertamos, e voltamos a alertar o governo quanto aos problemas operacionais. Como pretende ministrar um curso simultaneamente para 10 mil professores concursados e, depois, para os outros milhares que virão?
Qual é o projeto da Escola de Formação? Qual é a sua meta? Qual é a concepção educacional que a embasa? Sem política de formação, sem metas, sem concepção e sem atenção às questões operacionais a Escola de Formação adota o viés do marketing. Tudo nos leva a crer que se trata de uma instituição para alienar os professores de acordo com a linha ideológica do governo.
Infelizmente, apesar de tantos indicadores e dos resultados de sucessivas avaliações, o governo continua ignorando os resultados que apontam para a responsabilidade do Estado sobre os problemas da educação pública estadual e, portanto, não toma as medidas corretas para a sua superação. Falta uma política de conjunto, o Plano Estadual de Educação, que é de fato o planejamento da educação estadual, com objetivos e metas a serem cumpridos ao longo de um período, independente de quem estiver no poder.
Se o governo pretende resolver os graves problemas da rede estadual de ensino, que os resultados do Saresp continuam a evidenciar, deveria implementar um programa de formação continuada no local de trabalho, durante a própria jornada do professor, desenvolvido em conjunto com as universidades públicas. Desta forma, não apenas se alteraria a formação inicial dos docentes, mas estaríamos unindo teoria e prática pedagógicas e aproximando a escola real da escola ideal pela qual lutamos.
* Maria Izabel Azevedo Noronha é presidenta da APEOESP e membro do Conselho Nacional de Educação.No dia 26/02 o governo do Estado de São Paulo divulgou o documento Valorização do Professor. Apesar do título, o citado texto destina-se a divulgar análise sobre os resultados do Saresp 2009, que o governo considerou positivos. Entretanto, especialistas consideraram os resultados “pífios” e “insuficientes”.
Analistas também destacaram mudança de metodologia, que permite aumentar o número de alunos com desempenho “suficiente”, o que dificulta um acompanhamento da real evolução da educação pública estadual. O mais grave é que, até o momento, ao contrário de anos anteriores, o governo não divulgou detalhes da metodologia utilizada, uma informação de alto interesse público.
Como já se tornou praxe, o governo destaca o que considera “resultados positivos” do Saresp como conseqüências da “política educacional” que vem sendo implementada e, os aspectos negativos, efeitos da má formação dos professores.
O fato, porém, é que não existe política educacional no estado de São Paulo; apenas medidas pontuais, tomadas ao sabor dos acontecimentos, ou dos resultados desta e daquela avaliação, sem um fio de continuidade. Ou melhor, o fio de continuidade é sempre a tentativa de culpar o professor pelos maus indicadores da educação.
O que o governo chama de “política educacional” está centrado no que poderíamos denominar de “obsessão avaliatória”. Dos quatro eixos apontados pelo governo como pilares de sua política educacional, três estão ancorados em avaliações, mas o primeiro deles (os padrões curriculares) tem também um forte vínculo com a avaliação dos professores, pois determina os conteúdos destas avaliações.
O governo auto-elogia os padrões curriculares que adota, mas eles são questionáveis. Que currículo é este? Com quem e onde foi debatido? Os professores foram consultados? Com base em que concepção de educação, de Estado, de cidadão, ele foi formulado? Acreditamos que o governo não tem respostas para estas questões.
O estudo Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Uma Análise Crítica, publicado pela APEOESP e demais entidades do magistério, com a colaboração de especialistas, mostra que a adoção de guias curriculares, nos moldes definidos pela Secretaria da Educação, engessa o processo educativo, desconhece as realidades específicas de cada comunidade e as necessidades reais dos alunos.
A forma como o Estado organiza o processo ensino-aprendizagem retira do professor prerrogativas fundamentais, praticamente reduzindo-o à função de um executor em sala de aula, que deve aplicar conteúdos formatados e impostos à sua revelia. Além disso, retira do conselho de escola a possibilidade de formular e implementar o projeto político-pedagógico da unidade escolar, função que lhe é própria e deveria ser incentivada.
Toda a sociedade paulista acompanhou, há um ano, a série de escândalos envolvendo os materiais didáticos e paradidáticos. Mapas da América do Sul contendo dois Paraguais e nenhum Equador; livros contendo linguagem inadequada para as crianças aos quais foram distribuídos; incitação à violência e outros problemas foram detectados. O Governo, após grande repercussão dos casos, recolheu os materiais, mas nada foi convincentemente esclarecido até hoje e não houve ressarcimento aos cofres públicos.
Qualidade x quantidade
Preocupa-nos verificar, em uma das entrevistas concedidas pelo secretário da Educação a afirmação de que ampliação do acesso provoca a queda na média das avaliações. Para nós, não há razão para existir esta dicotomia entre quantidade e qualidade. A ampliação do acesso tem que ser pensada juntamente com perspectivas de qualidade do ensino. Do contrário, o acesso se torna mera passagem, e não é isto que queremos na educação.
O que o governo denomina “valorização do professor” é, na realidade, um conjunto de medidas que fragmentam ainda mais a nossa categoria; quebram a nossa carreira; institucionalizam a competição entre os professores, não respeitam a isonomia salarial assegurada na Constituição Federal; mantêm o elevado número de professores temporários na rede estadual de ensino (hoje em torno de 48%); não asseguram a formação continuada no próprio local de trabalho e não resolvem um problema fundamental, que é a ausência de política salarial para todos os integrantes do quadro do magistério, da ativa e aposentados. Não há, portanto, valorização dos professores.
O secretário Paulo Renato Souza anunciou que a Escola de Formação criada pelo governo irá promover um curso para professores de matemática, área em que, no ensino médio, houve pior desempenho dos alunos. Trata-se de uma medida reativa, que não obedece a um plano de formação continuada dos professores, como há anos vimos reivindicando.
É preciso lembrar que a Escola de Formação foi criada pela lei complementar nº 1094/2009 para organizar o curso de quatro meses que, pela mesma lei, se tornou a terceira etapa dos concursos públicos. Mas ela não teria sentido apenas para esta tarefa. Inclusive, alertamos, e voltamos a alertar o governo quanto aos problemas operacionais. Como pretende ministrar um curso simultaneamente para 10 mil professores concursados e, depois, para os outros milhares que virão?
Qual é o projeto da Escola de Formação? Qual é a sua meta? Qual é a concepção educacional que a embasa? Sem política de formação, sem metas, sem concepção e sem atenção às questões operacionais a Escola de Formação adota o viés do marketing. Tudo nos leva a crer que se trata de uma instituição para alienar os professores de acordo com a linha ideológica do governo.
Infelizmente, apesar de tantos indicadores e dos resultados de sucessivas avaliações, o governo continua ignorando os resultados que apontam para a responsabilidade do Estado sobre os problemas da educação pública estadual e, portanto, não toma as medidas corretas para a sua superação. Falta uma política de conjunto, o Plano Estadual de Educação, que é de fato o planejamento da educação estadual, com objetivos e metas a serem cumpridos ao longo de um período, independente de quem estiver no poder.
Se o governo pretende resolver os graves problemas da rede estadual de ensino, que os resultados do Saresp continuam a evidenciar, deveria implementar um programa de formação continuada no local de trabalho, durante a própria jornada do professor, desenvolvido em conjunto com as universidades públicas. Desta forma, não apenas se alteraria a formação inicial dos docentes, mas estaríamos unindo teoria e prática pedagógicas e aproximando a escola real da escola ideal pela qual lutamos.
* Maria Izabel Azevedo Noronha é presidenta da APEOESP e membro do Conselho Nacional de Educação.

A Prefeitura de São Bernardo do Campo realizará concurso público para preencher 1.016 vagas de diversos cargos na área de Educação. Deste total, 51 são reservadas para pessoas com deficiência. Os salários variam de R$ 1 mil a R$ 3,2 mil, incluindo auxílio-alimentação e transporte. As inscrições começam no dia 23 de agosto e vão até 14 de setembro.
Os interessados poderão se inscrever para as funções de Auxiliar em Educação I, Diretor Escolar, Inspetor de Alunos, Oficial de Escola e Professores de Educação Básica I – Fundamental (anos iniciais e infantil) e Educação Básica II – Ensino de Jovens e Adultos (Artes, Ciências, Educação Física, Geografia, História, Inglês, Matemática e Português). Os candidatos devem ter ensino fundamental completo, nível médio ou superior, dependendo do cargo escolhido.
A inscrição deverá ser efetuada exclusivamente via internet, pelo site www.vunesp.com.br. A taxa de inscrição vai de R$ 30 a R$ 60.
Informações oficiais sobre datas, horários e locais das provas serão publicadas no portal da prefeitura www.saobernardo.sp.gov.br.
Fonte: Portal da Prefeitura SBC
A Prefeitura de São Bernardo do Campo realizará concurso público para preencher 1.016 vagas de diversos cargos na área de Educação. Deste total, 51 são reservadas para pessoas com deficiência. Os salários variam de R$ 1 mil a R$ 3,2 mil, incluindo auxílio-alimentação e transporte. As inscrições começam no dia 23 de agosto e vão até 14 de setembro.

Os interessados poderão se inscrever para as funções de Auxiliar em Educação I, Diretor Escolar, Inspetor de Alunos, Oficial de Escola e Professores de Educação Básica I – Fundamental (anos iniciais e infantil) e Educação Básica II – Ensino de Jovens e Adultos (Artes, Ciências, Educação Física, Geografia, História, Inglês, Matemática e Português). Os candidatos devem ter ensino fundamental completo, nível médio ou superior, dependendo do cargo escolhido.

A inscrição deverá ser efetuada exclusivamente via internet, pelo site www.vunesp.com.br. A taxa de inscrição vai de R$ 30 a R$ 60.

Informações oficiais sobre datas, horários e locais das provas serão publicadas no portal da prefeitura www.saobernardo.sp.gov.br.

Fonte: Portal da Prefeitura SBC

O II Concurso Aprender e Ensinar Tecnologias Sociais, promovido pela Revista Fórum e a Fundação Banco do Brasil, mais uma vez pretende estimular a disseminação de experiências com tecnologias sociais nas escolas. Depois da primeira edição ter alcançado mais de 3 mil inscritos em todo país e descoberto centenas de propostas inovadoras de como trabalhar as tecnologias sociais como processos educativos de grande impacto, a ideia é que a iniciativa cresça ainda mais e revele o quanto os professores já têm se apropriado do conceito e como têm transformado o cotidiano escolar de todo país. As inscrições podem ser feitas até 24 de maio de 2010, no site www.revistaforum.com.br/ts.
Nesse ano serão novamente premidas as 5 melhores propostas de professores, um de cada região do país, com a oportunidade de apresentar-se no Fórum Social Munidal de 2011 em Dacar Senegal.
Além disso, no ato da inscrição o educador ganha uma assinatura da Fórum até outubro de 2010 e um exemplar do livro Geração de Trabalho e Renda.
O II Concurso Aprender e Ensinar Tecnologias Sociais, promovido pela Revista Fórum e a Fundação Banco do Brasil, mais uma vez pretende estimular a disseminação de experiências com tecnologias sociais nas escolas. Depois da primeira edição ter alcançado mais de 3 mil inscritos em todo país e descoberto centenas de propostas inovadoras de como trabalhar as tecnologias sociais como processos educativos de grande impacto, a ideia é que a iniciativa cresça ainda mais e revele o quanto os professores já têm se apropriado do conceito e como têm transformado o cotidiano escolar de todo país.

As inscrições podem ser feitas até 24 de maio de 2010, no site www.revistaforum.com.br/ts.

Nesse ano serão novamente premidas as 5 melhores propostas de professores, um de cada região do país, com a oportunidade de apresentar-se no Fórum Social Munidal de 2011 em Dacar Senegal.

Além disso, no ato da inscrição o educador ganha uma assinatura da Fórum até outubro de 2010 e um exemplar do livro Geração de Trabalho e Renda.

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