Os docentes do ABC definiram nova assembleia para 12 de agosto e uma nova greve não esta descartada.

 

 FOTO: Arquivo/SINPRO ABC (02/04/2019)Os professores e professoras da Universidade Metodista de São Bernardo e o SinproABC Sindicato dos Professores do Grande ABC se reuniram na noite desta terça feira, dia 31, para deliberar sobre os próximas ações frente a falta de cumprimento do acordo pela Instituição. Os docentes definiram nova assembleia para 12 de agosto e uma nova greve não esta descartada.

O SinproABC e a Metodista estabeleceram acordo durante audiência de conciliação no TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região que colocou fim a greve de um mês devido a atrasos nos pagamentos de salário, FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), entre outros benefícios.

A Universidade deveria ter pago os salários até o dia 10 de julho, bem como vales alimentação e transporte.
Há pelo menos dois anos, a Metodista, que tem três campi em São Bernardo, alega crise, com demissão de professores, atrasos de salários etc.

 

Rede adota a mesma metodologia em outros lugares

O presidente do SinproABC, José Jorge Maggio ressalta que a postura adotada pela Metodista no ABC de descumprimento dos acordos firmados coma justiça e a total ausência de diálogo com a categoria segue a mesma metodologia adotada pela Rede Metodista em outros lugares. Para tratar sobre essa investida contra os trabalhadores Maggio reuniu-se entre os dias 25 e 27 no 3° Conatee Extraordinário, Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino- Contee, em que representantes de sindicatos do Rio Grande do Sul, ABC, Minas Gerais, Juiz de Fora, Rio de Janeiro e Campinas e Região, entre outras entidades, trataram sobre a situação de todas as Instituições de Ensino Superior (IES) e colégios de Educação Básica pertencentes à “Rede” Metodista.

 

Denúncias a organismos nacionais e internacionais

Todas as instituições ligadas à “rede” enfrentam os mesmos problemas: descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho, atrasos sucessivos de FGTS e salário, demissões arbitrárias e sem pagamento de verbas rescisórias e práticas antissindicais. Além das questões trabalhistas, constatou-se o desmonte dos projetos pedagógicos em todas as instituições.
Na reunião, os sindicalistas estabeleceram uma série de ações conjuntas para enfrentar os retrocessos e constantes violações de direitos trabalhistas praticados pela “rede”. Entre os encaminhamentos estão à preparação de um dossiê sobre a situação das instituições de ensino, denúncias a organismos nacionais e internacionais, moção de repúdio e mobilizações coletivas de âmbito nacional.

Os docentes do ABC também reivindicam o pagamento de férias e o terço previsto em lei, questionam o repasse de consignado que está sendo descontado, mas não repassado aos bancos e que não houve nenhum pronunciamento da universidade sobre o cumprimento do parcelamento do FGTS desde 2015.

 

Veja a Moção de Repúdio aprovada no Congresso da Confederação:

 
NÓS, DELEGADOS E DELEGADAS REUNIDOS NO 3º CONATEE EM SÃO PAULO, ENTRE 25 A 27 DE JULHO DE 2019, MANIFESTAMOS O NOSSO REPÚDIO DIANTE DO DESRESPEITO CONSTANTE AOS DIREITOS TRABALHISTAS DOS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS EM TODAS AS UNIDADES DAS INSTITUIÇÕES METODISTAS DE EDUCAÇÃO NO ÂMBITO NACIONAL, ALÉM DOS DESCUMPRIMENTOS DAS NORMAS COLETIVAS, DOS ACORDOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS, DAS DEMISSÕES E DESRESPEITO E DESCASO ÀS TENTATIVAS DE REUNIÕES COM AS ENTIDADES REPRESENTATIVAS DOS TRABALHADORES NO SENTIDO DE REGULARIZAR AS DIVERSAS SITUAÇÕES ACIMA RELACIONADAS. CONSTAM INÚMERAS DEMISSÕES QUE SE CARACTERIZAM COMO PERSEGUIÇÕES ÀS LIDERANÇAS NOS DIFERENTES LOCAIS DE TRABALHO.
ESSE QUADRO APRESENTADO ACARRETA PERDAS SIGNIFICATIVAS QUE CRIAM UM CLIMA DE INSATISFAÇÃO, ANGÚSTIA, ADOECIMENTO DE PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DAS INSTITUIÇÕES METODISTAS. COMO SE ISSO NÃO BASTASSE, HÁ O COMPROMETIMENTO DOS PROJETOS PEDAGÓGICOS O QUE AFETA ALUNOS, PAIS E AS DIFERENTES COMUNIDADES.

 


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