Após a aquisição de universidades, Anhanguera demite cerca de 400 professores somente no ABC
Desde que adquiriu universidades no ABC, a Anhanguera iniciou um verdadeiro ataque de desrespeito aos professores do grupo. Em dezembro, cerca de 400 demissões foram realizadas nas cinco instituições que compõem a Anhanguera na região: Faculdade Anchieta, Faenac, UniA, UniABC e Uniban. De acordo com a Federação dos Professores de São Paulo, a Fepesp, o cenário é o mesmo em todas as cidades e estados onde o grupo se instalou, como, por exemplo, no Rio Grande do Sul e Mato Grosso.
A prática mais equivocada e desrespeitosa foi desligar mestres e doutores, que após buscarem aprimoramento profissional para melhorar a qualidade do trabalho, não receberam em troca o reconhecimento, mas, sim, a demissão. No lugar desses professores com títulos, a Anhanguera pretende substituí-los por docentes graduados por um valor de hora/aula bem inferior. Segundo a Fepesp, do total de demitidos, entre 70 e 80% eram mestres ou doutores.
Padrão Anhanguera
No modelo Anhanguera, há aulas de segunda a quarta-feira com a presença do professor nas três primeiras aulas. Na quarta aula ocorre apenas aplicação de exercícios, que são preparados por docentes e aplicados por monitores de sala. Na quinta-feira não há obrigatoriedade de presença na faculdade e, na sexta-feira, o curso é complementado pelo modelo EAD (20% do curso a distância). “No modelo Anhanguera, uma faculdade que tem  20 aulas por semana com a presença do professor, após ser comprada pelo grupo Anhanguera, passa a ter apenas nove aulas e isso explica as demissões em massa”, pontua o presidente do SINPRO ABC, professor José Jorge Maggio. “A recontratação passa a ser quase nula e, dessa forma, a Anhanguera Educacional S/A consegue oferecer seus cursos a preços muito baixos, quando comparados com as demais instituições de ensino superior”, completa Maggio. O Sindicato dos Professores do ABC destaca que muitos alunos têm financiamento do curso com verba pública (Fies e Prouni).
Outra prática desse grupo é a utilização das bolsas de valores para comercializar suas ações, que rendem milhões ao ano, constituindo, assim, o maior grupo educacional da América Latina e o segundo maior do mundo.
SINPRO ABC de olho na Anhanguera
Assim que as demissões foram anunciadas, o SINPRO ABC acionou a Delegacia Regional do Trabalho de Santo André. No dia 23 de dezembro, em mesa redonda, o Sindicato pressionou os representantes da Anhanguera e reivindicou, entre outros pontos, a manutenção do plano de saúde, indenização e reintegração dos professores desligados. “A ação efetiva do SINPRO trouxe avanços para benefícios extras”, ressalta o presidente da entidade.
Em documento assinado pela Anhanguera, em 12 de janeiro, a parceria entre o Sindicato e a Fepesp assegurou aos docentes:
Plano de saúde: Prolonga-se, como benefício, a permanência no plano de saúde que o professor possuía por três meses adicionais (janeiro, fevereiro e março de 2012) ou a correspondente indenização para que o próprio docente mantenha o plano de saúde, na hipótese de reintegração ao plano.
Aviso Prévio e Indenização: A indenização será baseada nos critérios da nova lei do aviso prévio (lei 12.506) e, cumulativamente, da cláusula 21 da Convenção Coletiva de Trabalho, que trata da “indenização por dispensa imotivada”, para cada ano trabalhado na empresa.
Indenização adicional: O Sindicato garantiu aos demitidos uma indenização adicional correspondente a 15 (quinze) dias de salário, além das indenizações estabelecidas no item anterior.
Possibilidade de recontratação futura: A Anhanguera concordou em convidar os professores demitidos em dezembro de 2011 a participarem do processo de seleção que porventura ocorra para o segundo semestre de 2012.
O SINPRO ABC, em conjunto com a Fepesp, continuará fiscalizando a Anhanguera. As ações do grupo serão levadas ao Ministério da Educação e outros órgãos competentes. Para o mês de fevereiro, as entidades sindicais planejam um encontro na Assembleia Legislativa de São Paulo e o SINPRO ABC estuda realizar ações de mobilização com o corpo docente, no início do ano letivo.
Educação não pode ser mercadoria e o Sindicato dos Professores do ABC  continuará atuando para defender o professor. Já diria Paulo Freire, “a Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
Após a aquisição de universidades, Anhanguera demite cerca de 400 professores somente no ABC

Desde que adquiriu universidades no ABC, a Anhanguera iniciou um verdadeiro ataque de desrespeito aos professores do grupo. Em dezembro, cerca de 400 demissões foram realizadas nas cinco instituições que compõem a Anhanguera na região: Faculdade Anchieta, Faenac, UniA, UniABC e Uniban.

De acordo com a Federação dos Professores de São Paulo, a Fepesp, o cenário é o mesmo em todas as cidades e estados onde o grupo se instalou, como, por exemplo, no Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

A prática mais equivocada e desrespeitosa foi desligar mestres e doutores, que após buscarem aprimoramento profissional para melhorar a qualidade do trabalho, não receberam em troca o reconhecimento, mas, sim, a demissão. No lugar desses professores com títulos, a Anhanguera pretende substituí-los por docentes graduados por um valor de hora/aula bem inferior. Segundo a Fepesp, do total de demitidos, entre 70 e 80% eram mestres ou doutores.

Padrão Anhanguera
No modelo Anhanguera, há aulas de segunda a quarta-feira com a presença do professor nas três primeiras aulas. Na quarta aula ocorre apenas aplicação de exercícios, que são preparados por docentes e aplicados por monitores de sala. Na quinta-feira não há obrigatoriedade de presença na faculdade e, na sexta-feira, o curso é complementado pelo modelo EAD (20% do curso a distância). “No modelo Anhanguera, uma faculdade que tem  20 aulas por semana com a presença do professor, após ser comprada pelo grupo Anhanguera, passa a ter apenas nove aulas e isso explica as demissões em massa”, pontua o presidente do SINPRO ABC, professor José Jorge Maggio. “A recontratação passa a ser quase nula e, dessa forma, a Anhanguera Educacional S/A consegue oferecer seus cursos a preços muito baixos, quando comparados com as demais instituições de ensino superior”, completa Maggio. O Sindicato dos Professores do ABC destaca que muitos alunos têm financiamento do curso com verba pública (Fies e Prouni).

Outra prática desse grupo é a utilização das bolsas de valores para comercializar suas ações, que rendem milhões ao ano, constituindo, assim, o maior grupo educacional da América Latina e o segundo maior do mundo.

SINPRO ABC de olho na Anhanguera
Assim que as demissões foram anunciadas, o SINPRO ABC acionou a Delegacia Regional do Trabalho de Santo André. No dia 23 de dezembro, em mesa redonda, o Sindicato pressionou os representantes da Anhanguera e reivindicou, entre outros pontos, a manutenção do plano de saúde, indenização e reintegração dos professores desligados. “A ação efetiva do SINPRO trouxe avanços para benefícios extras”, ressalta o presidente da entidade.

Em documento assinado pela Anhanguera, em 12 de janeiro, a parceria entre o Sindicato e a Fepesp assegurou aos docentes:

Plano de saúde:
Prolonga-se, como benefício, a permanência no plano de saúde que o professor possuía por três meses adicionais (janeiro, fevereiro e março de 2012) ou a correspondente indenização para que o próprio docente mantenha o plano de saúde, na hipótese de reintegração ao plano.

Aviso Prévio e Indenização:
A indenização será baseada nos critérios da nova lei do aviso prévio (lei 12.506) e, cumulativamente, da cláusula 21 da Convenção Coletiva de Trabalho, que trata da “indenização por dispensa imotivada”, para cada ano trabalhado na empresa.

Indenização adicional:
O Sindicato garantiu aos demitidos uma indenização adicional correspondente a 15 (quinze) dias de salário, além das indenizações estabelecidas no item anterior.

Possibilidade de recontratação futura:
A Anhanguera concordou em convidar os professores demitidos em dezembro de 2011 a participarem do processo de seleção que porventura ocorra para o segundo semestre de 2012.

O SINPRO ABC, em conjunto com a Fepesp, continuará fiscalizando a Anhanguera. As ações do grupo serão levadas ao Ministério da Educação e outros órgãos competentes. Para o mês de fevereiro, as entidades sindicais planejam um encontro na Assembleia Legislativa de São Paulo e o SINPRO ABC estuda realizar ações de mobilização com o corpo docente, no início do ano letivo.

Educação não pode ser mercadoria e o Sindicato dos Professores do ABC  continuará atuando para defender o professor. Já diria Paulo Freire, “a Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.

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