Em todo o estado de São Paulo, as assembleias de sábado, 25/03, foram unânimes: as contrapropostas patronais receberam um ‘não!’ e os professores e professoras deram força para os sindicatos voltarem à mesa de negociação.

Os docentes entenderam que o ensino superior tende a ser o setor mais afetado pelos efeitos da reforma trabalhista, em estudo  no Congresso, e da terceirização irrestrita de mão de obra, aprovada pela Câmara Federal na semana passada. Por isso defendemos e insistimos em nossa proposta de acordo por dois anos - para atravessar esta maré e dar condições ao professor de exercer sua docência com a tranquilidade necessária a uma educação de qualidade.

A contraproposta das Instituições de Ensino Superior apenas previa acordo por um ano. E, mesmo assim, tinha muito pouco a oferecer: nada de piso salarial, nada de creche para os auxiliares, nenhum reconhecimento do papel docente exercido pelo tutor nos cursos de Ensino a Distância. E, quanto ao reajuste, apenas reposição da inflação e mais nada.

Consideramos que podemos avançar nas negociações em todas essas questões. É preciso tratar seriamente sobre aumento real dos salários dos docentes - além de reajuste pela inflação - e de questões pendentes e importantes para nós como o aprimoramento do plano de saúde e a utilização das bolsas de estudo que já temos em convenção coletiva.

O próximo passo, a única opção possível neste ponto em que chegamos nas negociações, foi autorizado pelas assembleias - e será a instauração de dissídio coletivo da categoria, incluindo a possibilidade de greve, que também foi deliberada na assembleia. É para isso que estamos nos preparando agora, para dar a força necessária à comissão de negociação dos sindicatos na volta à mesa de negociação.

A decisão das assembleias já foi comunicada aos representantes patronais reunidos no Semesp, o sindicato das IES. O processo de dissídio está sendo instaurado. Já nos oferecemos também para voltar a negociar na primeira semana de abril.


Mais Lidas