O Timor Leste é um dos países mais novos do mundo. Tornou-se independente há apenas uma década e, por plebiscito, escolheu o português como uma das duas línguas oficiais. Um desafio para a nova nação, já que apenas a população mais idosa e próxima à capital, Díli, fala o idioma. Há 16 línguas locais, num país menor do que o estado de Sergipe.
O Brasil ajuda os timorenses nesse processo de construção da identidade nacional por meio de programa de cooperação internacional que inclui a qualificação de professores e o ensino da língua portuguesa. Todos os anos, um grupo de 50 profissionais, com experiência em formação docente, embarcam para o pequeno país, a 20 mil quilômetros do Brasil, numa ilha no Sudeste Asiático.
Financiado pelo Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa no Timor Leste (PQLP) está com inscrições abertas até 24 de outubro para professores brasileiros interessados em passar de seis meses a um ano naquele país. Serão selecionados 50 bolsistas. A inscrição deve ser feita na página da Capes na internet.
O resultado será divulgado em novembro, mesmo mês em que terão início as atividades. Os candidatos selecionados receberão mensalidade de 1,3 mil euros [R$ 3,4 mil] para a modalidade estágio docente e de 2,1 mil euros [R$ 5,5 mil] para a de articulador pedagógico. Terão ainda seguro-saúde, auxílio-instalação e passagem aérea.
“O Brasil tem contribuído com a formação docente no Timor Leste desde 2005”, explica a professora Suzani Cassiani, da Universidade Federal de Santa Catarina, uma das coordenadoras do PQLP. De acordo com Suzani, a experiência é incrível para os professores brasileiros, que podem atuar em outro espaço educacional e conhecer nova cultura. “É uma experiência que muda a vida de quem vai”, afirma. “Muitas vezes, resulta em teses acadêmicas.”
Formação — Segundo dados do Ministério de Educação do Timor Leste, 85% dos professores timorenses não têm formação acadêmica. No entanto, diante da falta de recursos humanos, basta saber falar português para lecionar a uma geração de crianças que não falam o idioma. Não há livros didáticos em português nas escolas. Como o próprio país, a educação, eleita como prioridade pelo governo, também está em construção.
“Os professores escrevem na lousa um texto em português e dão explicações às crianças em tétum, a outra língua oficial, derivada do português”, conta Suzani. “Estamos tentando romper esse formato tradicional e propor um ensino por meio de projetos pedagógicos, com temas do cotidiano das comunidades.”
Dominação — Para entender a realidade do Timor Leste é preciso conhecer a história do país. Embora tenha ficado por quatro séculos sob a influência colonial portuguesa, isso não resultou, ao contrário do que ocorreu no Brasil, em unidade linguística nacional. Os dialetos das aldeias ficaram preservados. Em 1975, Portugal retirou-se do país, que passou ao domínio da Indonésia até 1999. Durante a ocupação, foi proibido o uso do português nas escolas. As crianças passaram a aprender sobre a história e a cultura do país dominador.  O português e o tétum foram as línguas de resistência nesse período. Por isso, acabaram escolhidos, em 2002, como oficiais. O inglês foi rejeitado por estar associado à Austrália, que apoiou a dominação da Indonésia.
O Timor Leste é um dos países mais novos do mundo. Tornou-se independente há apenas uma década e, por plebiscito, escolheu o português como uma das duas línguas oficiais. Um desafio para a nova nação, já que apenas a população mais idosa e próxima à capital, Díli, fala o idioma. Há 16 línguas locais, num país menor do que o estado de Sergipe.

O Brasil ajuda os timorenses nesse processo de construção da identidade nacional por meio de programa de cooperação internacional que inclui a qualificação de professores e o ensino da língua portuguesa. Todos os anos, um grupo de 50 profissionais, com experiência em formação docente, embarcam para o pequeno país, a 20 mil quilômetros do Brasil, numa ilha no Sudeste Asiático.

Financiado pelo Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o Programa de Qualificação de Docentes e Ensino de Língua Portuguesa no Timor Leste (PQLP) está com inscrições abertas até 24 de outubro para professores brasileiros interessados em passar de seis meses a um ano naquele país. Serão selecionados 50 bolsistas. A inscrição deve ser feita na página da Capes na internet.

O resultado será divulgado em novembro, mesmo mês em que terão início as atividades. Os candidatos selecionados receberão mensalidade de 1,3 mil euros [R$ 3,4 mil] para a modalidade estágio docente e de 2,1 mil euros [R$ 5,5 mil] para a de articulador pedagógico. Terão ainda seguro-saúde, auxílio-instalação e passagem aérea.

“O Brasil tem contribuído com a formação docente no Timor Leste desde 2005”, explica a professora Suzani Cassiani, da Universidade Federal de Santa Catarina, uma das coordenadoras do PQLP. De acordo com Suzani, a experiência é incrível para os professores brasileiros, que podem atuar em outro espaço educacional e conhecer nova cultura. “É uma experiência que muda a vida de quem vai”, afirma. “Muitas vezes, resulta em teses acadêmicas.”

Formação
Segundo dados do Ministério de Educação do Timor Leste, 85% dos professores timorenses não têm formação acadêmica. No entanto, diante da falta de recursos humanos, basta saber falar português para lecionar a uma geração de crianças que não falam o idioma. Não há livros didáticos em português nas escolas. Como o próprio país, a educação, eleita como prioridade pelo governo, também está em construção.

“Os professores escrevem na lousa um texto em português e dão explicações às crianças em tétum, a outra língua oficial, derivada do português”, conta Suzani. “Estamos tentando romper esse formato tradicional e propor um ensino por meio de projetos pedagógicos, com temas do cotidiano das comunidades.”

Dominação
Para entender a realidade do Timor Leste é preciso conhecer a história do país. Embora tenha ficado por quatro séculos sob a influência colonial portuguesa, isso não resultou, ao contrário do que ocorreu no Brasil, em unidade linguística nacional. Os dialetos das aldeias ficaram preservados. Em 1975, Portugal retirou-se do país, que passou ao domínio da Indonésia até 1999. Durante a ocupação, foi proibido o uso do português nas escolas. As crianças passaram a aprender sobre a história e a cultura do país dominador.  O português e o tétum foram as línguas de resistência nesse período. Por isso, acabaram escolhidos, em 2002, como oficiais. O inglês foi rejeitado por estar associado à Austrália, que apoiou a dominação da Indonésia. 

Fonte: MEC

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