Não só as ditas categorias obreiras cruzaram os braços. Na noite de 27 de abril, véspera da greve geral convocada pelas Centrais, 233 escolares particulares anunciavam disposição de paralisar as atividades e aderir ao protesto nacional. A informação, da Federação dos Professores no Estado de São Paulo (Fepesp), indicava uma novidade nesse tipo de movimento, quase sempre apoiado no setor de transportes e em segmentos operários.

Segundo Celso Napolitano, professor da FGV e presidente da Federação, “greve em escolas particulares é algo incomum e não é usual”. Sindicalista experiente, Napolitano, que também preside o Diap, aponta uma dificuldade adicional, que é a pressão dos pais de alunos. No tradicional Colégio São Luiz, em São Paulo, pais chegaram a ir com banner ao colégio contra a decisão dos professores de parar dia 28.

Mas a adesão à greve não ocorreu apenas em São Paulo. “Houve paralisações em cidades do Interior, pelo fato de os Sindicatos locais (Sinpro) terem realizado assembleias, mobilizando as bases. E isso não é fácil. A maioria é formada por escolas pequenas, onde o dono tem relação direta e cotidiana com os professores”, diz o presidente da Federação.

Razões

Segundo Celso Napolitano, dois fatores motivaram a paralisação. Ele afirma: “A reforma trabalhista promove a demolição de direitos e atinge fortemente a profissão do professor. A mudança estimula a terceirização, o trabalho intermitente e anula a proteção da Justiça do Trabalho”. Outro fator é a Reforma da Previdência. “Embora os prejuízos, para o professor tenham sido reduzidos, a categoria é contra o desmonte da Seguridade Social”.

As escolas particulares oferecem ensino do Infantil ao Superior. A adesão à greve foi geral, em todos os níveis, diz Celso Napolitano.

Professores de escolas particulares aderiram em grande número à greve geral


Mais Lidas