Professores do ABC engrossam coro contra o desmonte da Previdência na Paulista

Os professores e professoras das escolas particulares do ABC, filiados ao SINPRO, participaram ativamente nesta quarta-feira (15), da manifestação na avenida Paulista, promovida pelas centrais sindicais contra as reformas da Previdência e Trabalhista.

O Sindicato dos professores do ABC (SINPRO) alugou dois ônibus para levar os manifestantes até o local da grande concentração que, segundo os organizadores, reuniu cerca de 250 mil pessoas.

De acordo com a professora Márcia Soares, é revoltante verificar uma ação tão arbitrária do governo Temer contra a classe trabalhadora.

“Sou mulher, negra, professora e mãe. Acho muito importante essa luta contra a Reforma Previdenciária porque ela atinge todos os brasileiros. Estou na luta hoje porque tenho uma filha especial, cadeirante, que é mulher e vai precisar desse benefício no futuro. Mas essa luta não é só minha, é de todos os brasileiros”, afirmou Márcia.

A preocupação com o futuro da família fez com que o aposentado Carlos Rocha, 71 anos, também fosse à Paulista protestar. "Apesar de já receber o benefício, tenho duas filhas em casa, uma professora e outra enfermeira, que talvez não consigam se aposentar", disse.

De acordo com o presidente do SINPRO ABC, José Jorge Maggio, os trabalhadores de todos os segmentos têm que se unir para barrar qualquer possibilidade de reforma da previdência ou trabalhista. “Essa é uma luta unificada de todos nós brasileiros, trabalhadores e trabalhadoras que conquistamos nossos direitos com muito sacrifício. Temos que proteger os empregos e o futuro de nossas famílias. Temos que pensar em nossos filhos, sobrinhos, parentes e amigos que nunca conseguirão se aposentar. Por isso nossa luta e empenho para que o Congresso não aprove as reformas trabalhista, da previdência e também a terceirização, afinal são  propostas que ferem a constituição e roubam a dignidade do povo  brasileiro”, afirmou Maggio.

Já o professor doutor Marcelo Buzetto, diretor do SINPRO e participante do Movimento Sem Terra (MST), que também esteve na manifestação na Paulista, vai além da contrariedade das reformas e pede a antecipação da eleição para presidente. “Nós professores do ABC estamos hoje nesta manifestação aqui na paulista, juntos com outras categorias, para lutar contra essas reformas, que na verdade são desmontes. É o momento de unidade entre os trabalhadores do campo e da cidade para derrotar o governo Temer, manter nossos direitos e pedimos diretas Já”, concluiu Buzetto.

As manifestações contra as reformas da Previdência e Trabalhista aconteceram por todo o País, nos 27 estados da União. Ao todo, durante as ações do Dia Nacional de Paralisação, mais de um milhão de pessoas foram às ruas protestar.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, reforçou a importância das manifestações realizadas no país. “Nós temos tido várias datas históricas na luta da resistência do povo trabalhador. Hoje foi um dia extraordinário, com muita adesão e deixa claro que o povo é contra a Reforma da Previdência e Trabalhista.”

Para Freitas, a manifestação prova que não é possível que o governo insista na tramitação dos projetos. “Nós não vamos negociar migalhas com o Temer, não vamos negociar migalhas com golpista. O Temer tem que retirar do Congresso a Reforma da Previdência. Se ele não retirar, nós vamos organizar a maior greve-geral que este país já viu.”


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