Em ato de apoio a Lula, sindicalistas rechaçam golpe e cobram crescimento

“Não preciso ser ministro para ajudar o governo”, diz Lula

Sindicalistas e o ex-presidente Lula se reuniram na tarde desta quarta (23) em São Paulo. O encontro lotou a Casa de Portugal, no Centro, com dirigentes ligados a seis Centrais Sindicais e a várias categorias profissionais. A plenária aprovou o documento “Garantir a democracia e o respeito à Constituição - Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe”. O texto cobra seguimento às propostas do “Compromisso pelo Desenvolvimento”, pela retomada do crescimento e geração de empregos.

Recebido aos brados de “Lula: guerreiro do povo brasileiro” e “Não vai ter golpe”, o ex-presidente obteve apoio de todos os oradores à sua nomeação para a Casa Civil. Com Lula no governo, os dirigentes esperam diálogo permanente, mais articulação política com o Congresso e retomada do plano de governo pelo qual Dilma se elegeu.

O encontro representou uma tomada de posição dos setores sindicais contra o impeachment e outras formas de desestabilização do governo. O manifesto adverte: “Somente a via democrática, sem subterfúgios à margem da Constituição, pode criar condições para a retomada do crescimento e a gerarão de empregos”.

Após mencionar que o Brasil, desde a Proclamação da República, “atravessa o maior período de vida democrática”, Lula alertou para as seguidas tentativas de golpear governos populares. “Os mesmos que levaram Getúlio ao suicídio, tentaram impedir a posse de Juscelino e depois derrubaram Jango”, afirmou, recomendando aos dirigentes que conversem e esclareçam suas bases.

O ex-presidente reafirmou seu apoio a Dilma. “Se eu for ministro, vou ajudar, fazendo o que mais sei, que é conversar e agregar. Se não for, ajudarei o governo do mesmo jeito, percorrendo o Brasil e conversando com as pessoas”, disse. Lula pediu que os dirigentes conversem com os deputados federais dos Estados, manifestando-se contra o impedimento da presidente.

Dirigindo-se à mesa repleta de sindicalistas, Lula disse saber que ali tinha dirigente “puto com a política econômica atual”. E pediu: “Vamos primeiro garantir a governabilidade. Com isso, a gente toma as medidas certas e, em seis meses, o brasileiro volta a sorrir”. O ex-presidente não fugiu ao tema corrupção. “Combater a corrupção faz bem ao País, mas não pode fechar empresas, promover desemprego e quebrar o Brasil”.

Ao final, disse que deseja participar de mais atos e eventos. “Temos de evitar o golpe, hoje. Os outros problemas nós resolvemos depois. Peço que vocês me convoquem”, encerrou.


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