O Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público do Estado de São Paulo investigam ameaça de corte orçamentário pelo Sesi (Serviço Social da Indústria), em São Paulo. O ajuste anunciado pode provocar demissão em massa de professores e prejudicar pais e alunos da instituição que integra o Sistema S.
 
A denúncia, oferecida pela Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), aponta que os próprios gestores da instituição indicaram que os cortes resultariam na redução de aulas, fim do período integral do 5º ao 9º ano e no fechamento de turmas do 1º ano.
 
Segundo o presidente da Federação, Celso Napolitano, a direção do Sesi alega que a perda de arrecadação, devido à retração econômica, exige medidas drásticas. Napolitano observa que a denúncia visa apurar se a alegada queda na arrecadação justificaria medidas tão severas. “O objetivo é abrir o orçamento do Sesi, que é uma caixa-preta”, afirmou à Agência Sindical.
 
“É preciso ficar clara a motivação do desmonte que estão querendo fazer na estrutura educacional do sistema Sesi/Senai. Queremos abrir as contas, que devem ser públicas, para ver se há necessidade real do corte anunciado”, completou.
 
A Fepesp informa que em 2014 o Sesi gastou R$ 240 milhões em obras e R$ 48 milhões em equipamentos. No mesmo período, o número de matrículas (pagas) dos cursos em tempo integral - principal bandeira do atual presidente do Conselho Regional, Paulo Skaf, na campanha ao governo do Estado de SP (PMDB) - aumentou 1.000%.
 
Audiência - Quinta (28), a Federação participou de reunião no Ministério Público, convocada pelo procurador responsável pelo caso. O inquérito no órgão investigará os danos que seriam causados pelas medidas na vida de pais, alunos e professores. O aspecto trabalhista ficará a cargo das investigações no âmbito do Ministério Público do Trabalho.
 
Segundo o advogado da Fepesp, Bruno Machado, a primeira reunião serviu para esclarecer pontos da denúncia. “O procurador pediu alguns esclarecimentos sobre os fatos que motivaram a denúncia, para anexar nos autos informações mais detalhadas”, explica.


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