Depois de 92 dias de greve, a maior da história da categoria em São Paulo, os professores da rede estadual de ensino decidiram voltar ao trabalho.

A decisão foi tomate na tarde da última sexta-feira (12/06), em assembleia realizada no vão livre do MASP, na avenida Paulista.

Os professores definiram também um calendário de lutas em defesa da escola pública e melhorias na remuneração da categoria e condições de trabalho.

A decisão ocorre em um momento de enfraquecimento da paralisação -- com o desconto dos dias parados, a adesão à greve diminuiu, segundo o sindicato. A Apeoesp, principal sindicato da categoria, contabilizava que 30% dos profissionais estavam paralisados.

O motivo, segundo o sindicato, foi o corte de ponto dos grevistas, que estão desde maio sem receber salário. O sindicato recorre dos descontos no Supremo Tribunal Federal (STF).

A APEOESP fez uma reunião com o governo do Estado neste mês. O governo informou que enviará, em até 30 dias, projeto de lei que estende o atendimento médico de saúde dos servidores públicos (Iamspe) a esta parcela da categoria.

O governo também sinalizou que vai diminuir o intervalo contratual dos temporários para três anos - hoje, eles precisam se afastar das aulas por 40 dias após um ano de trabalho, para não haver vínculo empregatício.

A greve

Entre as reivindicações, os professores pedem a valorização da carreira, reajuste salarial que equipare perdas salariais, aumento do valor do vale-transporte e do vale-alimentação e são contra o fechamento de salas de aulas, o que ocasionou a demissão de 20.000 professores e superlotou turmas remanescentes.

Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em 2011 foi instituída uma política salarial que permitiu aos professores e demais servidores da rede estadual de ensino um aumento salarial de 45% em quatro anos.

A Apeoesp argumenta que, passados os quatro anos, o reajuste está defasado e que por isso o aumento de 75,33% equipararia as perdas salarias aos vencimentos das demais categorias de nível superior. Hoje, o salário é de R$ 2.145, para 40 horas semanais.


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