As Centrais Sindicais realizam ações em todas as regiões do estado de São Paulo nesta sexta (29), Dia Nacional de Paralisação e Manifestações Rumo à Greve Geral.

Aliadas aos movimentos populares, os sindicatos acirram o enfrentamento à terceirização, contra as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, em defesa dos direitos e da democracia.

Na capital, os bancários cruzaram os braços e fecharam agências na região central e na Av. Paulista. A categoria - que já conhece o forte impacto da terceirização em áreas como o call center e nos correspondentes bancários - alerta tanto funcionários quanto clientes para os riscos da precarização do trabalho, com perda de direitos dos trabalhadores e insegurança aos correntistas.

Professores

Em greve há 80 dias, numa luta acirrada pela valorização dos profissionais da educação e por um ensino público de qualidade, os professores estaduais realizam assembleia às 14h, no vão livre do Masp, na Av. Paulista nº 1578 (Metrô Trianon-Masp). Sem propostas concretas e enfrentando a intransigência do governo Geraldo Alckmin (PSDB) nas negociações, os professores reivindicam aumento de 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior.

Da Av. Paulista, os professores farão caminhada até a Praça da República onde, a partir das 17h, ocorre ato unificado do funcionalismo público e dos movimentos sociais. A principal crítica dos servidores é o descaso do governo estadual, que nega o direito à greve e se recusa a negociar com o segmento.

O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de Educação (Sinpeem) também realiza assembleia geral às 14h, no Viaduto do Chá, em frente à prefeitura paulistana. Com data-base em maio, a categoria reivindica reajuste de 25%, isonomia entre ativos e aposentados, saúde e segurança dos trabalhadores.

Também em campanha salarial, o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep-SP) se mobiliza contra as terceirizações no serviço público municipal – a entidade entrou com Ação Judicial contra o pregão que a prefeitura realizará em 2 de junho para contratações terceirizadas no serviço funerário. A concentração será às 15h, na Secretaria Municipal de Saúde, à Rua General Jardim nº 36.

Braços cruzados em todas as regiões do estado paulista

No ABC, os metalúrgicos nas fábricas em Santo André, São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra paralisaram as atividades e realizaram assembleias desde às 7h. Na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, os trabalhadores se concentraram às 8h30 para organizar os encaminhamentos da mobilização.

Contra a precarização, os metalúrgicos cutistas defendem a implementação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), proposta que prevê que, em tempos de crise, os trabalhadores sejam afastados, mas sem demissões, mantendo o vínculo com o empresa e recebendo salários com jornada reduzida em 20% a 50%. Pelo modelo, existente em países como a Alemanha, o governo arcaria com 60% a 80% do valor correspondente às horas reduzidas e as empresas pagariam a diferença.

O Sindicato dos Químicos do ABC promoveu protestos desde às 7h, com paralisações em cinco fábricas - Solvay Indupa (Santo André); Oxiteno (Mauá); Colgate (São Bernardo) e Lipson (Diadema).

Os vidreiros fizeram protesto com paralisação às 5h na Saint-Gobain, em Mauá, e às 6h na Pilkington, na Via Dutra, em Caçapava.

No litoral, a CUT Baixada Santista e outras centrais reuniram diversas categorias, que paralisaram as atividades às 5h, concentradas na Av. Presidente Wilson, na divisa entre Santos e São Vicente. Em Cubatão, os trabalhadores da limpeza urbana e asseio fizeram paralisação às 5h, na Rodovia Piaçaguera com a Anchieta, divisa com o Guarujá.

A CUT Campinas mobiliza petroleiros, metalúrgicos, eletricitários e bancários, entre outras categorias. Os trabalhadores cruzaram os braços desde às 5h nas metalúrgicas do Distrito Industrial.

Na Refinaria de Paulínia (Replan), que soma 1,2 mil funcionários, os petroleiros se concentraram às 6h na Portaria Sul e pararam no turno das 7h30. Seguem com mobilizações ao longo do dia e paralisação na Rodovia SP-332. No setor, a terceirização é a principal responsável por acidentes e mortes no trabalho.

Os bancários também paralisam agências na região e na Universidade de Campinas (UNICAMP), houve concentração desde às 7h na Portaria 6 da creche.

Os eletricitários da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) também estão de braços cruzados, além de realizarem assembleias para debater a conjuntura. Estação de energia em Jaboticabal parou as atividades.

Estação em Jaboticabal parada Estação em Jaboticabal parada

Movimentos social e sindical na luta por direitos

Concentradas desde às 7h, no Clube do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, bancários e outras categorias se uniram ao MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, com caminhada pelo centro da cidade e paralisação na Rodovia Castello Branco no sentido capital.

Em Registro, a CUT Vale do Ribeira fará panfletagem e diálogo com a população a partir das 10h, em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Com explicações didáticas sobre a retirada de direitos, o folheto também traz um "carômetro" dos deputados (as) que votaram a favor do Projeto de Lei 4330/2004 da terceirização, proposta que aguarda votação no Senado como Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 30/2015.

Em São Carlos, o Sindicato dos Metalúrgicos promoveu assembleias e os trabalhadores cruzaram os branços na Tecumseh, Electrolux e na Volkswagen. O Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos Municipais de São Carlos e Dourado (Sindspam) realiza paralisação em setores da administração municipal, como o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).

A partir das 17h, as categorias se unem aos movimentos sociais para panfletagem na Praça do Mercado Municipal de São Carlos. Na região, as ações também contaram com a participação dos bancários e servidores estaduais da saúde em Araraquara e dos metalúrgicos de Matão.

Em Sorocaba, os metalúrgicos deram início à jornada de luta às 3h30 da madrugada e pararam as atividades no Parque Industrial até às 8h30.


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