Dois mil e quatorze foi marcado pelas reflexões sobre os 50 anos do golpe de 1964, em abril, e pela entrega do relatório da Comissão Nacional da Verdade, em dezembro. No esteio da percepção de que a memória precisa ser resgatada e a história não pode ser esquecida, nada melhor do que aproveitar as férias de janeiro de 2015 para unir momentos de lazer, por meio de uma boa leitura, a mergulhos na história brasileira.

Brasil nunca mais – um relato para a história

Autor: Paulo Evaristo Arns e equipe

Editora: Vozes

Lançado em 1985, o livro traz o dossiê mais completo da tortura e dos torturadores que escreveram a página mais sombria dos 25 anos da ditadura civil-militar. O grupo de especialistas dedicou-se durante oito anos a reunir cópias de mais de 700 processos políticos que tramitaram pela Justiça Militar, entre abril de 1964 e março de 1979. O resumo dessa pesquisa representa um relato doloroso da repressão e tortura que se abateram sobre o Brasil.

Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo

Autor: Mário Magalhães

Editora: Cia. das Letras

O jornalista Mário Magalhães escreveu a biografia completa do inimigo número um dos militares: o comunista Carlos Marighella, líder da Ação Libertadora Nacional (ALN) e guerrilheiro de fama mundial. A narrativa percorre a vida, a obra e a militância do controverso mulato baiano que foi deputado federal, poeta e estrategista da guerrilha no Brasil. Passagens pela prisão, resistência à tortura, assaltos a bancos (e a um trem pagador), tiroteios, espionagem internacional, tudo é apresentado em ritmo de thriller, com revelações desconcertantes.

Luta, Substantivo Feminino – Mulheres Torturadas, Desaparecidas e Mortas na Resistência à Ditadura

Organizadores: Tatiana Merlino e Igor Ojeda

Editora: Caros Amigos

Além do registro da vida e morte de 45 mulheres brasileiras que lutaram contra a ditadura, o livro inclui o testemunho de 27 sobreviventes que narram com impressionante coragem as brutalidades das quais foram alvo, incluindo quase sempre torturas no âmbito sexual, alguns casos de partos na prisão e até episódios de aborto.

Repressão e Direito à Resistência: os comunistas na luta contra a ditadura (1964-1985)

Editora: Anita Garibaldi e Fundação Maurício Grabois

O livro abarca, basicamente, os depoimentos de militantes que pertenceram à Ação Popular (AP) e ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), duas organizações de origens diferentes que se aproximaram no final da década de 1960, processo que culminaria na incorporação da AP ao PCdoB, em 1973.

CONTEE


Mais Lidas