SINPRO-ABC participa de Seminário Internacional da CONTEE

 Com a participação dos diretores Nelson Valverde, Paulo Yamaçake, Rafael Pereira e José Carlos Costa, o SINPRO-ABC participou, de 21 a 24 de setembro, do Seminário Internacional realizado pela CONTEE “Os diferentes modos de privatização no mundo e as estratégias globais e locais de enfrentamento”. O evento teve cerca de 170 participantes das 5 regiões do Brasil e com objetivos específicos como: produzir um encontro de pesquisas e elaboração de estratégias políticas de enfrentamento; trocar experiências de luta; levantar dados que ampliem o panorama da privatização no mundo e no Brasil; além de estudar as diferentes formas que Estados e governos vêm contribuindo para o avanço e a consolidação da educação como política pública e intencional.

A programação do Seminário contou com exposições e debates qualificados a partir de palestrantes como: Angelo Garvielacos (Diretor da I.E. E ex-presidente dos Educadores da Austrália), Luiz Fernando Dourado (CNE), Dalila Oliveira (Doutora em Educação da UFMG), Cristina Helena Carvalho (Doutora e professora da UnB), Fábio Contel (Doutor em Geografia da USP), Susan Robertson (Pesquisadora da Universidade de Bristol, no Reino Unido), Lucas Tasquetto (Doutor em R.I. Da USP), Lalo Minto (Doutor em Educação da UNICAMP), Sam Seller (Pesquisador da Universidade de Queensland, na Austrália), Antonio Olmedo (Pesquisador da Universidade de Roebampton, no Reino Unido), Madalena Peixoto ( Doutora em Educação de PUC-SP), Celso Napolitano ( FEPESP, DIAP e FGV), e Gil Vicente Figueiredo (UFSCar e Pro-IFES Federação).

                Pudemos constatar pelas pesquisas gabaritadas apresentadas que, além do Brasil, o insaciável capital já se instalou, no ramo da educação, na Austrália, Chile, China, Cingapura, Estados Unidos, India, Africa do Sul, Angola, Moçambique, Colombia, Coreia do Sul, Peru, Japão, Argentina, Tailandia e União Europeia. Evidente que em cada local as grandes corporações precisam submeter-se às legislações locais, como restrições ao limite de capital estrangeiro ou outros tipos de barreiras reguladoras reginais. No caso específico do Brasil, estamos numa “sinuca de bico”, pois além das empresas de capital aberto como Kroton, Anhanguera e Estácio, já adentradas no sistema privado de ensino, temos as chamadas empresas de capital fechado (Ser Educacional, Anima Educacional, Apollo Group, Laureate, entre outras), que “respeitaram” a falta de regras ou de regulação neste país.

                A resistência ou enfrentamento só ocorrerá se os integrantes do ramo de educação (docentes, estudantes e familiares) unirem forças com as organizações sociais, a exemplo do que vem acontecendo em alguns países acima citados, na tentativa de recuperar a educação de qualidade como direito social previsto na Constituição Federal (portanto direito público subjetivo), e não como mero reprodutor dos interesses do capital. É emergente a necessidade de um marco regulatório na educação privada sob pena de termos grandes corporações financeiras transnacionais ditando na educação brasileira os modelos pasteurizados de formação acadêmica para nossas crianças, jovens e adultos.