A despeito das várias tentativas da “grande” imprensa brasileira de atribuir os resultados financeiros, como quedas na Bolsa de Valores, apenas às denúncias de corrupção na Petrobras (que precisam ser rigorosamente apuradas), o próprio noticiário já não esconde que o preço do petróleo caiu em todo o mundo, o que beneficia grandes potências imperialistas.

Há uma disputa geopolítica em curso entre essas potências e os países emergentes. E esses interesses têm interferido diretamente na crise da Petrobras. Há que se recordar que, em 2013, com o leilão do Campo de Libras, as petroleiras norte-americanas ficaram de fora da exploração da enorme reserva da área do pré-sal. Em vez disso, o consórcio vencedor, com companhias chinesas associadas à estatal brasileira, favoreceu China e Brasil, dois dos principais países emergentes.

Diante desse quadro, a pressão da “grande mídia”, aliada de primeira ordem do capital estrangeiro, visa justamente o enfraquecimento e a desvalorização da Petrobras, de modo a modificar o regime da partilha e voltar ao de concessão. Para combater esse golpe é fundamental a união dos movimentos sociais e sindical e dos setores progressistas da sociedade em defesa da Petrobras. Porque preservá-la é defender o próprio papel estratégico do Brasil na geopolítica mundial.

Fonte: Contee