Repúdio a Temer foi o tom das manifestações em 1º de Maio

Diversos sindicatos, entre eles, o SINPRO ABC, centrais sindicais, movimentos sociais e populares participaram neste domingo (01) do ato de 1º de maio na Avenida Paulista. De acordo com os organizadores do evento, cerca de 200 mil pessoas estavam presentes na manifestação que começou em frente ao MASP, seguiu em passeata pela rua da Consolação e terminou com shows dos artistas Emicida, Mc Guimê e Leci Brandão, na Praça da República.

O tom das manifestações foi centrado no “Fora Temer”, demonstrando a grande insatisfação popular contra Michel Temer, desde quando ele assumiu o governo no ano passado, passando por suas medidas impopulares em favor dos banqueiros e empresários e culminando com as propostas das reformas trabalhista, previdenciária e terceirização irrestrita.

De acordo com Luiza Teixeira (48), professora da base, o governo de Michel Temer “está prejudicando muito a classe trabalhadora, de modo particular as mulheres, já que desde o início do seu mandato nenhuma representante feminina foi escolhida para compor seu governo”. Segundo ela a situação só tem se agravado. “Agora com esse desmonte da previdência que iguala homens e mulheres na idade para aposentadoria, nós mulheres estamos abandonadas, pois além de trabalhar fora, temos que cuidar de todos os afazeres da casa e da família”, lamentou.

Já o professor Antônio Aires (38) reclamou da aprovação no Congresso da Reforma Trabalhista na semana passada. “Dessa forma, nós trabalhadores, estamos totalmente desprotegidos, pois a CLT, está sendo rasgada pelos políticos corruptos, que não têm moral para legislar sobre nada, ainda mais, sobre os que trabalham honestamente e tentam sustentar suas famílias”, disse. “Esses políticos estão assinando também sua sentença de morte, pois vamos ficar atentos a quem votou contra os trabalhadores e eles não serão eleitos no ano que vem”, completou Aires.

De acordo com informações da Central única dos Trabalhadores, o ato da CUT, CTB e Intersindical ocorreu em clima tranquilo, mas teve alguns incidentes. Pela manhã, os sindicalistas não puderam estacionar o carro de som diante do vão livre do Masp, como previsto. Tiveram de parar alguns quarteirões adiante, na esquina da Paulista com a Rua Haddock Lobo.

Outro incidente ocorreu já na passeata pela Rua da Consolação, após os manifestantes deixarem a Paulista, rumo à Praça da República. No início do percurso, a Polícia Militar impediu o acesso de um caminhão de som. Sindicalistas tentaram negociar, chegaram a anunciar um acordo, mas depois informaram que a PM "confiscou" as chaves do veículo, que permaneceu parado, enquanto a marcha continuou.